APRESENTAÇÃO
Ao longo de minha trajetória como educadora, encontrei muitos teóricos em Educação que esperavam que outros pusessem suas teorias em prática. Poucos como Comenius, J. Locke, Pestalozzi, Montessori, Piaget e, mais próximo de nós, Paulo Freire, exercitaram suas próprias teorias, e isso se deu a partir da compreensão que tinham do conhecimento humano, ou como entendiam que ele ocorresse. Tendo conhecido Paulo Freire e sua metodologia desde a década de 1960 do século passado – e sabendo que sua formação não foi a de educador, mas a de uma pessoa capaz de perceber a realidade como um todo –, notamos que só muito mais tarde, aproximadamente na década de 1980, pensadores educacionais, principalmente fora do Brasil, começaram a desenvolver teorias subjacentes ao seu trabalho, embasados não apenas na razão, mas nas emoções e sensibilidades artísticas.
Não quero comparar Nidélci e Paulo Freire, dizendo que ela é uma nova revolucionária da Educação. Mas, durante meu trabalho com ela, as longas conversas que tivemos me fizeram relacionar suas percepções e sua forma de abordar o projeto educativo como muito próximo ao dele. Quero destacar que seu caminhar me lembra muito o caminhar de Paulo Freire. Nidélci tem uma apreensão ampla de seu derredor educativo, está sempre voltada para ouvir o que as crianças, adolescentes e professores querem e precisam.
Todo esse trabalho que se apresenta agora é apenas um aspecto de sua criatividade, pois ela tem diversos projetos já elaborados, outros textos já publicados. Está mais do que em tempo de se abrir as portas para que esta trabalhadora da educação possa estender suas possibilidades e ajudar outros educadores interessados no conhecimento e linguagem de seus alunos.
Não se enganem. "Novo Plano de Aulas" não se trata de um “livrinho” de técnicas, mas de um trabalho reflexivo, a despeito de ela não ter feito alguma reflexão teórica nem haver se inspirado ou citado Paulo Freire. Como amiga e orientadora, admiro os trabalhos da Nidélci e sua capacidade de criar e de desenvolver suas “intuições”.
Martha Rosa Pisani Destro
Professora doutora, aposentada e colaboradora do Departamento de Filosofia e História da Educação da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
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